José Augusto Coelho
1913-1919

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José Augusto Coelho
Provedor de 1913 a 1919

 

Nasceu José Augusto Coelho em Vila Nogueira de Azeitão no dia 17 de Fevereiro de 1865, filho de António Coelho, também natural de Vila Nogueira de Azeitão, e de Maria Salomé Gomes Coelho, natural da freguesia de S. Julião, Setúbal.

Faleceu José Augusto Coelho em Vila Nogueira de Azeitão, em 25 de Abril de 1919.

O Jornal “O Azeitonense” nº 14 de 2 de Novembro de 1919, e sobre José Augusto Coelho refere o seguinte: “… Foi um leal e sincero republicano desde os bancos da escola, e para não domar a sua fé inquebrantável deixou por vezes de aceitar horarias que no antigo regime lhe foram oferecidas. Realizadas em 1910 as suas grandes aspirações, julgou naturalmente que era chegado o momento de as ver desabrochar para a Pátria e para os seus irmãos. Ainda nos lembramos bem, que costumando sair no 1º de Novembro a tradicional procissão de penitência ao senhor dos Passos, e suscitando-se receios de que agravos pudessem ser feitos se a procissão saísse, foi ele próprio que connosco e outras pessoas categorizadas d´aqui, levaram a efeito a costumada festa, que decorreu serenamente, e em que ele tinha o maior empenho para mostrar que o novo regime era de tolerância e de ampla liberdade, respeitando todas as crenças.

Mas não durou muito a sua ilusão; cedo vieram os desgostos e as ingratidões!

– Logo após a implantação do regime novo, fez parte da primeira Comissão Administrativa do concelho de Setúbal. Mais tarde foi eleito pela minoria evolucionista, não obstante não ter ingressado em partido algum, e pertenceu ao Senado Municipal que como prova de muita consideração que lhe dispensava, o elegeu seu Vice-Presidente; fazendo pouco depois as vezes de Presidente.

Do que foi a sua acção durante a sua rápida passagem pela Câmara, atestam-no os vários melhoramentos que Azeitão hoje possui, entre eles o Lavadouro Municipal e as obras do Rocio. Foi por várias vezes provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nogueira, que tinha nele um dos seus mais desvelados protectores.

Sócio fundador da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, foi desde o seu início e ainda nos tenros anos sócio filarmónico, sendo ao mesmo tempo membro de sucessivas direcções onde a sua acção de trabalho incansável ficou exuberantemente demonstrada …

Foi director e regente do grupo de Bandolistas 17 de Fevereiro… Tinha pela música um fervoroso culto, e compreendia bem quanto ela influía na educação do povo, por isso queria a Sociedade Filarmónica como uma coisa sua.

Mas nem só a música que o enlevava. Também o canto teve nele um adepto, e ainda bem nos lembramos de o ouvir em várias festas religiosas, como na novena de Nossa senhora da Conceição, na igreja de S. Lourenço, de que António Coelho seu pai, era um dos maiores influentes… na festa do Senhor dos Passos, muitas vezes cantou o cantochão com João Garcia e outros.

Entrou em várias recitas de beneficência, ensaiando e desempenhando vários papeis em que demonstrava largos recursos. Enfim, sempre que a mocidade azeitonense necessitava de alguém que a dirigisse ou aconselhasse, certo era que encontrava em José Coelho uma vontade sempre pronta, uma energia sempre moça, contanto que do empreendimento resultasse qualquer coisa útil para a sua querida Azeitão.

Após a implantação da República, o seu nome foi dado à rua principal de Vila Nogueira.