O DUCADO DE AVEIRO E
A MISERICÓRDIA DE AZEITÃO

Brasão da família Lencastre

Brasão da família Lencastre

A Casa de Aveiro teve um papel fundamental na fundação da Misericórdia de Azeitão. Em 1621 foi fundador e seu primeiro Provedor D. Afonso de Lencastre, mas houve alguns Duques e outros familiares, que também ocuparam esse cargo.

Não havendo retratos dessas pessoas, exceto de D. Maria de Guadalupe de Lencastre, considerámos justo figurar o brasão dessa família na galeria de ex-Provedores.

Segundo registos que nos chegaram, foram Provedores na Misericórdia de Azeitão, os seguintes membros da família Lencastre:

– D. Afonso de Lencastre (Azeitão,1597-1654) – Marquês de Porto Seguro, fundador e 1º Provedor da Misericórdia de Azeitão em 1621. Foi segundo filho varão de D. Álvaro de Lencastre e D. Juliana de Lencastre, terceiros Duques de Aveiro. Foi Filipe III de Portugal (Filipe IV de Espanha) que lhe concedeu, em 1627, o título de Marquês de Porto Seguro.

D. Jorge de Lencastre (1594-1632),1º Duque de Torres Novas, Provedor em 1630, foi o primogénito dos terceiros Duques de Aveiro, D. Álvaro de Lencastre e D. Juliana de Lencastre, portante, irmão de D. Afonso de Lencastre. Teve ainda os títulos de 1º Duque de Torres Novas e 3º Marquês de Torres Novas.

D. João de LencastreMais um filho de D.Álvaro de Lencastre e D.Juliana de Lencastre. Baptizado em 8 de Janeiro de 1598, foi religioso da Ordem dos Pregadores ou Dominicanos (frei Jacinto), e prior do Convento de Setúbal. Provedor da Misericórdia de Azeitão em 1639.

– D. Pedro de Lencastre (Azeitão,1608–1673), Duque de Aveiro, foi Provedor durante vários anos. Também filho de D. Álvaro de Lencastre e D. Juliana de Lencastre, terceiros Duques de Aveiro, foi o 5º Duque de Aveiro e o 5º Marquês de Torres Novas.

Herdou o ducado do sobrinho D. Raimundo, que não teve filhos legítimos. Quando herdou o ducado, D. Pedro era Arcebispo e Inquisidor-Mor do Reino e, por ser eclesiástico, não teve filhos. Tendo-se dedicado à vida eclesiástica, frequentou a Universidade de Coimbra, após o que foi nomeado Bispo da Guarda por D. João IV, conselheiro de Estado em 1648, arcebispo de Évora (transferido para Braga novamente), Presidente da Mesa do Desembargo do Paço em 1621 e, após 1654 ocupando a prelacia bracarense. Em 1671 foi eleito arcebispo titular de Sidónia, inquisidor-mor.

– D. Maria de Guadalupe de Lencastre (Azeitão,1630-1715) – Provedora em 1653. (Ver biografia que acompanha o retrato)

– D. Gabriel de Lencastre – Duque de Aveiro (1667-1745), Provedor em 1732 e 1734. D. Gabriel de Lencastre ou Gabriel Ponce de León e Lencastre, cujo nome completo era Gabriel de Lencastre Ponce de León Manrique de Lara Cardenas Giron e Aragão nasceu em 9 de Agosto de 1667 e morreu em 23 de Junho de 1745). Foi 7º Duque de Aveiro em 18 de fevereiro de 1720, confirmado em 2 de junho de 1732 e 6º Marquês de Torres Novas. Duque de Banhos, Grande de Espanha de 1ª classe. Detinha igualmente os Senhorios de Lousã, Abiul, Condeixa, Montemor-o-Velho, Penela e Sesimbra, e as Alcaidarias-mores de Sesimbra, Coimbra e Setúbal. D. Gabriel era o 2º filho do fidalgo castelhano Manuel Ponce de León, 6º Duque dos Arcos, e da sua mulher Maria de Guadalupe de Lencastre Cardenas Manrique, que se tornou a 6º Duquesa de Aveiro. Por promessa judicial, Gabriel herdou o Ducado de Aveiro de sua mãe, com a condição de vir morar para Portugal.