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Foi numa sexta-feira, 1 de novembro de 1996, que saiu o primeiro número do Jornal de Azeitão. Iniciava-se aí uma jornada que se prolonga, sem interrupção, até hoje. Mês após mês, através de um grupo de voluntários, as notícias da região saem para os pontos de venda que se espalham por toda a região.

Surgiu como um jornal mensal e assim se mantém até hoje. O seu custo inicial foi de 100$00 e teve como primeiro diretor António Eduardo Chumbinho e subdiretor Aldino de Brito.

No editorial do primeiro número enunciava-se as intenções e propósitos deste Jornal:

Um Jornal para Azeitão

Decerto que o aparecimento de um orgão comunitário de comunicação (um jornal, uma rádio ou, em países mais desenvolvidos, um canal televisivo de carácter regional) é, à partida, uma iniciativa louvável porque possibilita a circulação de informação que interessa especificamente a essa comunidade. Foi com esta motivação que a nossa Misericórdia decidiu fundar um jornal.

Não obstante aceitar que as palavras do anterior parágrafo são de aceitação mais ou menos consensual, proponho, contudo, que reflictamos acerca da seguinte questão: quantas vezes as boas intenções não passam disso mesmo? Quantas vezes não se transformam as iniciativas louváveis em fracassos? Ora bem! O sucesso (e logo, a utilidade) desta iniciativa passa, do meu ponto de vista, pela boa observação de três aspectos fundamentais: primeiro – aquilo que o jornal pretende ser; segundo – os conteúdos do jornal; terceiro – a resposta do público, dos azeitonenses.

Vamos ao primeiro aspecto. O Jornal de Azeitão pretende, muito simplesmente, ser um veículo que permita a movimentação de ideias e mensagens entre as pessoas da nossa comunidade. Queremos fazer chegar a Azeitão informações que nos interessem e queremos divulgá-las junto de todos. Queremos fazer sair dos azeitonenses as mensagens que eles pretendam ver divulgadas. Também desejamos que a comunidade conheça os serviços, as iniciativas, as transformações e tudo o mais que possa interferir positiva ou negativamente nas nossas vidas. Por último, assumimos a responsabilidade de ajudar a manter vivas tradições que nos caracterizam e que permitem conservar uma certa identidade azeitonense. Para concluir este ponto quero deixar algo bem claro: este não é apenas um jornal de Vila Nogueira; Azeitão é toda uma região, com características diferenciadas (por isso mais rica), mas que se quer una e não dividida.

Que conteúdos para este jornal? Bom, toda a vida é uma evolução, por isso, também a divisão, por conteúdos, do jornal pode vir a ser alterada. Aquela que adoptámos para o início foi a seguinte: duas grandes linhas de força – uma peça/ artigo/reportagem sobre um assunto de interesse regional e uma entrevista mensal alargada. Depois, teremos uma página (ou mais) vulgarmente designada como Correio dos Leitores. Aí, toda a gente poderá divulgar de forma directa as suas ideias e palavras. Para reclamar, para louvar, para criticar, etc, todos poderão escrever-nos; apenas nos reservamos o direito de não publicar sempre que considerarmos ofensivo, anti-ético, ou sempre que o leitor não se identificar. Teremos ainda crónicas de pessoas da terra, uma página para a Misericórdia, uma olhada pelo que de mais importante tenha acontecido no mês que passou, uma coluna para as Vendas de Azeitão, outra para os Brejos, outra para Vila Fresca, outra para a Aldeia da Piedade (o jornal não é de Vila Nogueira)… e outras coisas. Não há como folhear todo o jornal, explorem-no! (…)

Acreditamos que até hoje temos vindo a contribuir para o enriquecimento da nossa região e, também, a realçar a importância da imprensa regional neste mundo cada vez mais global.

O Estatuto da Imprensa Regional, Decreto-Lei n.o106/88, refere:

A imprensa regional desempenha um papel altamente relevante, não só no âmbito territorial a que naturalmente mais diz respeito, mas também na informação e contributo para a manutenção de laços de autêntica familiaridade entre as gentes locais e as comunidades de emigrantes dispersas pelas partes mais longínquas do Mundo. Muitas vezes, ela é, com efeito, o único veículo de publicitação das aspirações a que a imprensa de expansão nacional dificilmente é sensível; e constitui, por outro lado, um autêntico veículo de difusão, junto daqueles que se encontram fora do País, daquilo que se passa com os que não os quiseram ou não puderam acompanhar. Além disso, tem, por regra, sabido desempenhar uma função cultural a que nenhum órgão de comunicação social pode manter-se alheio.

Mais do que um Jornal pretendemos ser a voz de uma região.

Directores/Sub-Directores do Jornal de Azeitão, desde a sua fundação

PERIODO DIRECTOR SUB-DIRECTOR
De Novembro de 1996 a Outubro de 2005 António Eduardo O. C. P. Chumbinho Aldino Ramos Brito
De Novembro de 2005 a Agosto de 2012 António Eduardo O. C. P. Chumbinho Pascale Celine Charlotte Laggneaux
Setembro de 2012 Pascale Celine Charlotte Laggneaux
De Outubro 2012 a Outubro 2016 Pedro Marquês de Sousa Rui Manuel Peixoto
De Novembro 2016 a Abril de 2017 Pedro Marquês de Sousa
Maio de 2017 Rui Manuel Peixoto
De Junho de 2017 a Junho de 2018 Rui Manuel Peixoto Bernardo Costa Ramos
De Julho de 2018 a Junho de 2022 Bernardo Costa Ramos
De Julho de 2022 a Setembro de 2022 João Carlos Ferreira de Lima
De Outubro 2022 a Janeiro de 2023 Jorge Maria Soares Lopes de Carvalho (interino)
De Fevereiro de 2023 a ? Catarina Almeida Amaral

Imprensa regional anterior

 

1919/1920 – “O Azeitonense”

No ano de 1919 surgiu «O Azeitonense», o primeiro jornal regional de Azeitão. O primeiro número saiu no dia 3 de agosto, domingo, e tinha como lema ser um «Orgão independente defensor dos interesses de Azeitão e arredores». O seu diretor era Gastão Faria de Bettencourt, custava 4 centavos e a sua periodicidade era semanal, sempre aos domingos. Foi editado até 1920 e continua a ser, passados tantos anos, um interessantíssimo repositório daquilo que se passou em determinada época. Transcrevemos o editorial desse primeiro número:

O NOSSO INTUITO

É velha praxe, ao iniciar-se uma publicação, expôr-se claramente o fim a que ela se destina, o seu programa, a sua orientação.

Não fugimos ao velho habito e o nosso primeiro editorial é para dizer aos nossos leitores o fim que visamos com a publicação deste semanario. Duas palavras apenas.

O nosso semanario será orgão defensor dos interesses de Azeitão, completamente alheio a politica.

Aqui só trataremos com a maior imparcialidade e espirito de justiça do que interessa a essa terra, a que nos prendem laços de amizade, recordações de infancia e a que estamos ligados ainda pelo sangue.

Não somos politicos.

A politica se é util para o desenvolvimento duma terra, muitas vezes vem tambem entravar o seu programa.

Doa a quem doer, aqui diremos tudo o que interessa ao desenvolvimento dessa encantadora vila, cujas belezas desvendaremos, afim de tornar conhecidas e amadas.

É pesada a tarefa a que nos impomos, mas confiamos no auxilio de todos os nossos amigos, que serão todos os que se interessem por este eden, integrados no nosso programa, jámais fugindo dele, satisfazendo tanto quanto possivel e as nossas forças o permitam, as nossas aspirações de grandeza para esse rincão abençoado, verdadeiro mimo de verdura, cercado de horizontes maravilhosos e de paisagens sublimes.

Não nos movem interesses materiais, apenas como recompensa ao nosso esforço desejamos visar o nosso fim e não ter prejuizos. Isso nos satisfará!

A todos aqueles que nos venham auxiliar os protestos da nossa maior gratidão.

 

1983/1985 – “Jornal Azeitonense”

Em abril de 1983, a Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, nas comemorações do seu centésimo primeiro aniversário, inicia a segunda iniciativa para a implementação de um jornal regional em Azeitão. O seu nome era «Jornal Azeitonense», de tiragem mensal, com o custo de 25$00 e foi editado até dezembro de 1985. O seu diretor era Joaquim Paulo dos Santos Bravo. De seguida, o editorial do primeiro número:

Nas comemorações do seu centésimo primeiro aniversário, a S. F. P. A. lança mão a mais uma iniciativa — a publicação de um jornal —velha aspiração de alguns dos fundadores desta colectividade, que muito contribuem para o aparecimento do jornal em Azeitão cujo nome era «O Azeitonense». Infelizmente não o chegaram a ver publicado, conforme damos conta em pormenor, noutro local desta edição.

De há muito também nós sentíamos e desejávamos o aparecimento de uma publicação com carácter periódico, que viesse preencher aquilo que consideramos ser uma lacuna na vida de Azeitão.

Porquê a Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense? —por razões históricas, como vimos, e como julgamos ser de momento a entidade que melhores condições reúne para o efeito. É pois quase uma obrigação dotarmos a nossa terra com o seu jornal.

Quem somos, como vivemos, que actividades desenvolvemos, quais são as nossas raízes históricas, o que projectamos para o futuro? Estes são os temas e as ideias que temos para desenvolver no nosso jornal — que por ser nosso não quer dizer que sejamos só nós a fazê-lo. Contamos com a ajuda e a colaboração de todos aqueles que sintam por esta actividade alguma paixão ou tenham algo que dar a conhecer aos outros.

Pensamos que um jornal é um elemento vivo e parte integrante do espaço populacional e sócio-cultural em que se insere. E quanto maior for a sua divulgação e quantas mais pessoas o elaborarem, melhor cumprirá a sua missão.

Estas são em síntese as linhas gerais de orientação que nos propomos seguir. Numa palavra, um jornal aberto, dinâmico, defensor dos interesses da nossa terra e divulgador das actividades culturais, desportivas, recreativas e outras que de alguma forma mereçam ser realçadas, são os nossos objectivos. Joaquim Paulo Bravo

 

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